Quem leu o meu último post percebeu que ando em uma bad vide foda. A última prova de concurso público para a qual me dediquei meses a fio, a do TRF Região 2 foi um fiasco. Nem tanto por conta dos meus estudos, porque fiz o máximo possível, mas por causa da organizadora, a
CONSULPLAN. Nada mais, nada menos, do que 10 questões com erros ou fora do edital, sendo que o edital era gigantesco e a prova tinha apenas 40 questões.
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Quando me perguntam como eu fui na prova do TRF 2 |
Bem, ainda ando bem zoado da cabeça, enfiado dentro de casa a semana inteira e sem ter um puto no bolso pra nada. Eu, no alto dos meus 30 anos, formado e quase pós-graduado (larguei a pós depois de ser reprovado na última disciplina) estou tendo que pedir dinheiro aos meus pais pra poder pagar as minhas contas. Fracasso e humilhação definem.
Mas como não tem jeito, tenho que continuar estudando para concursos públicos. Só de pensar em voltar ao mercado de trabalho para ganhar 2k e ter que fazer entrevista e ficar um tempão preso no trânsito, passo mal. O jeito é me adaptar à nova realidade dos concursos públicos, especialmente no Rio de Janeiro.
A nova realidade dos concursos públicos
Que o Brasil passa por uma crise econômica, ou melhor, por uma crise de corrupção e incompetência administrativa, todo mundo já está careca de saber (a menos que você seja petista/psolista/comunista e afins que acreditam que a crise é culpa da extrema-direita, da CIA, da Globo, do FMI, dos EUA e da PQP), mas como isso afeta os concursos públicos?
Primeiro surgiu a falácia de que os concursos públicos iam acabar. Quem consegue juntar
lé com
cré sabe que isso é mentira, pois enquanto houver administração direta vai haver concursos públicos, mesmo que todas as empresas públicas e sociedades de economia mista sejam privatizadas (Banco do Brasil, Caixa Econômica, Petrobrás, Correios, Cedae, etc). O que pode ocorrer é a diminuição de vagas nesses órgãos, o que eu acredito até que seja salutar, pois já cansei de ler relatos de que uma pessoa que trabalhe direito no serviço público poderia fazer o serviço de três. Inclusive, já tive um amigo que levou uma chamada pois estava "trabalhando demais". Isso mesmo, meus amigos,
"ta trabalhando muito, onde você pensa que está?".
Dito isto, os órgãos públicos do Brasil, especialmente do Rio de Janeiro, um dos estados mais quebrados financeiramente, estão cortando custos na hora de realizarem os seus concursos. Mas de que maneira, você me pergunta. Escolhendo bancas que prestam um serviço barato, como a própria Consulplan. São escolhidas através da modalidade pregão, que leva em conta apenas o preço do serviço e não a qualidade do mesmo. Aí já viu né, o barato sai caro, mas não para o Estado, mas para nós, concurseiros.
Como eu já relatei
neste post, a Consulplan é uma banca que só tinha tradição de fazer concursos de prefeituras. As suas provas eram bem fáceis e com poucos candidatos. No entanto, pesquise sobre o atual concurso do TRF-2 e o concurso de TRE-MG 2015. Você verá vários relatos de concurseiros reclamando de falta de organização na hora da prova, despreparo dos fiscais, salas quentes sem ar-condicionado, nomes errados nas provas, questões com erro de digitação ou com conteúdo fora do edital, entre outros.
Além da Consulplan, acostume-se com nomes como
FUNECE, IBFC, QUADRIX, FUNCAB, FUMARC e AOCP (parece até o nome da empresa que criou o Robocop), entre outros pouco conhecidos. Existem grandes chances dessas bancas realizarem os concursos de órgãos visados, como os
TRT's, TRE's, TRF's, TJ's e MPU, como já aconteceu nos exemplos citados do TRF 2 e TJ-MG.
O que eu faço para me preparar diante deste cenário?
Não há muitas opções. Eu vi um pessoal comentando que não faria mais concursos da Consulplan, tamanha a falta de respeito e incompetência desta banca. A opção é até atraente e eu cheguei a considerar fazer o mesmo. Mas pare e pense,
você vai deixar de concorrer a uma vaga em um grande órgão público, como os Tribunais de Justiça, por exemplo, por causa da banca escolhida? Te garanto que um monte de gente vai tentar mesmo assim e, felizmente ou infelizmente, alguém vai ter que passar.
Ainda em relação a Consulplan, nem perca muito tempo fazendo exercícios dessa banca. Ela subiu muito o nível de dificuldade de suas provas a partir do TRF 2 e isso deve se repetir daqui para a frente, pelo menos quando ela realizar os certames de grandes órgãos. Estude por questões de bancas respeitadas, como a
FCC, CESPE e FGV.
Já as outras bancas possuem um nível de dificuldade entre médio e avançado, variando conforme o cargo e o órgão em questão. Por exemplo, procure por questões de direito administrativo sobre a lei 8112/90 da banca
FUNECE. Questões bem difíceis, não fica devendo em nada para a FCC, por exemplo. Ou seja, vale a pena resolver os exercícios dessas bancas para conhecer quais as matérias que eles mais cobram, se fazem pegadinhas, letra seca da lei, etc.
Resumindo
- Não desista de fazer um concurso público porque a banca é ruim. Alguém vai ter que ser aprovado e por que não pode ser você?
- Conheça a banca (com exceção da Consulplan), mas NUNCA deixe de estudar as questões de bancas tradicionais como FGV, FCC e CESPE;
- Estude com o máximo de antecedência possível;
- Tenha como objetivo de vida passar em um concurso público ou morrer tentando! Estamos no Brasil, não perca seu curto e precioso tempo de vida lutando contra o sistema, seja o sistema! Se não pode vencê-los, junte-se a eles.